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terça-feira, 8 de março de 2011

Ninguém é perfeito

Ok ok, a gente já sabe disso, mas que tal aplicar essa idéia? Quando eu tinha uns 10 anos, fiz uma caixa de recordações. Tem tudo lá: desde diários e fotos até objetos como o fio de cabelo que o garoto estava usando no meu primeiro selinho (Isso mesmo que você leu). Numa dessas arrumações no meu guarda-roupa, joguei fora o tal fio de cabelo, mas nas fotos e nos diários, às vezes dou uma olhadinha. Bom, sem mais enrolação: na última vez em que vi as fotos, encontrei uma com um corretivo no meu cabelo. Corretivo para caneta, sabe? Eu tinha odiado meu cabelo, amado meu rosto e ficou essa esquizofrenia com cabelo branco (um Photoscape manual, olha que visionária, eu! Ok, menos). Tudo porque, quando tirei aquela foto, meu ''ficante'' na época (sim, ''ficante'' com 10 anos) viu e disse: nossa seu cabelo ficou horrível. Foi por isso que eu tomei a medida drástica do corretivo. Olhando a foto, me lembrei da vergonha que eu senti quando o menino que eu amava com a toda a minha alma (ok de novo: menos) me criticou. Me senti tão, tão constragida. É engraçado, todo mundo ama dizer que ninguém é perfeito (se você não ama, desculpe. Mas é uma frase famosa vai!). É superútil aparecer com essa quando nos deparamos com uma imperfeição nossa ou queremos justificar a imperfeição do outro. Beleza. Mas, se ninguém é perfeito, por que ficar TÃO constragida quando alguma imperfeição nossa vem à tona? Quando eu era aquela menina que guardava as coisas na caixa, ficava constragida por qualquer bobagem. Se meu cabelo estava feio, se minha comentava algo que não devesse (qualquer coisa relativa ao meu corpo), se eu tinha pronunciado errado uma palavra, soltado um pum em público sem querer etc. Tudo era motivo pra ficar com vergonha e fazer aquela cara de ''Ih!''. Fui crescendo (5 anos depois) e percebendo que eu não tinha, digamos, interiorizado a frase ''ninguém é perfeito''. Se é tão normal ter imperfeições, porque fazer drama quando elas aparecem em público? Não que eu vá fazer o que me der na telha e que se danem as regras, mas, se já errei, mesmo... Claro, você pode preferir fazer a linha do não-erro-nunca e fingir que não foi com você quando, por exemplo, tiver falando alguma besteira. Pode culpar outra pessoa por sair correndo. Mas acho tão bonito assumir nossos erros/nossas bobagens/nosso lado B, sabe. Mais do que bonito: acho isso libertador. Por que fechar a cara se seu ficante critica seu cabelo, se ele não está nos melhores dias mesmo? Por que ficar péssima se alguém nos corrigiu, sendo que de fato falamos algo errado? Por que nos constranger se alguém lembra alguma bobagem que falamos no passado, sendo que falamos aquilo mesmo, apesar de já termos mudado de idéia? Afinal de contas, para que se consolar com a frase ''ninguém é perfeito'' se a gente quase morrre quando faz alguma imperfeição? Eu, hein? Não sou profeta de autoajuda e, aliás, acho que você é muito melhor para se ajudar do que eu (sem querer pagar de professora de português, o prefixo não é ''auto''?). Só acho que a vida fica muito mais fácil quando a gente se assume, e isso engloba tanto as características legais como as características patéticas - é patéticas. Menos soltar um pum, vai. Soltar pum em público não dá!

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